
O Instituto Não Aceito Corrupção (INAC) e a Ong Transparência Amapá participam pela primeira vez da Ação Global com o game Voto em Jogo. Com perguntas simples, que tratam dos serviços públicos básicos que fazem parte da vida nas cidades, o jogo mostra porque não se deve escolher um candidato para ter um benefício imediato. “Muitas vezes, o eleitor não percebe que aquele candidato que promete uma vaga numa creche ou um jeito de furar a fila de atendimento em uma unidade de saúde está praticando corrupção”, alerta o promotor paulista Roberto Livianu, presidente do INAC.
Ao fim do teste, o eleitor ainda é desafiado a dizer se lembra em quem votou para nas eleições municipais de 2012. “Isso é fundamental para que o próprio cidadão fiscalize e cobre uma atuação correta do seu representante”, explica Edinaldo Batista, presidente da Transparência. Para isso, a iniciativa apresenta quais as funções de prefeitos e vereadores e estimula que as pessoas fiscalizem os eleitos.
Pesquisa Datafolha realizada no fim de novembro de 2015 trouxe pela primeira vez a corrupção no topo da lista de problemas do Brasil. Para 34% dos eleitores pesquisados, trata-se da maior preocupação no país, à frente de temas como saúde, educação, desemprego e violência. Em meio à Operação Lava-jato, a apuração dos crimes e a identificação e punição dos culpados ocupam lugar de destaque na cobertura da imprensa. Mas para prevenir os desvios, nada é mais eficiente do que escolher bem nossos representantes no Executivo e Legislativo.
As entidades
O INAC foi criado em São Paulo em 2015 e a Transparência em Macapá em 2012. Ambas são organizações apartidárias, sem fins econômicos, surgidas da articulação de cidadãos preocupados com os males da corrupção e atuam de forma estruturada em seu enfrentamento, com eixos de ação principais de pesquisas, políticas públicas, mobilização social e educação.

O Pleno do Tribunal de Justiça do Amapá, em sua 557ª sessão ordinária, realizada na quarta-feira (18), levou a julgamento 18 processos, sendo um deles a ação penal nº 0001346-11.2012.8.03.0000, em que figuram como réus o presidente afastado da Assembleia Legislativa do Amapá, deputado Moisés Souza; os ex-deputados Jorge Amanajás e Eider Pena; o servidor da ALEAP, Edielson Pereira Nogueira; a empresária Ana Margarida Fascio e o vigilante Ary Guedes da Silva.
A ação é decorrente de denúncia do Ministério Público, fruto da operação Eclésia, desencadeada em maio de 2012, que investigou um esquema montado no âmbito da Assembleia Legislativa do Amapá, em face dos crimes de peculato desvio; lavagem de dinheiro; formação de quadrilha e dispensa indevida de licitação.
A decisão do julgamento estabeleceu o seguinte resultado: pela prática de crime de Formação de Quadrilha: deputado Moisés Souza (1 ano e 4 meses), Ana Margarida e Edielson Nogueira (4 anos cada) e Ary Guedes (1 ano e 4 meses); crime de peculato desvio: Jorge Amanajás e Eider Pena (2 anos e 8 meses cada), Ana Margarida e Edielson Nogueira (4 anos cada); crime de Dispensa Indevida de Licitação: Jorge Amanajás, Eider Pena (4 anos cada). Todos irão cumprir pena em regime inicialmente aberto.
Na bancada da defesa estiveram os advogados Elson Auzier, Inocêncio Mártires, Maurício Pereira, Riano Freire e os defensores públicos Horácio Maurien e Sandra Elisia.

