A reportagem obteve com exclusividade cópia do inquérito da Operação G-7 que o delegado Maurício Moscardi, chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal no Acre, entregou na semana passada à desembargadora Denise Castelo Bonfim.
Diferente do que tem sido noticiado, foram indiciados 29 e não 22 empreiteiros e secretários do governo do Acre acusados de formação de cartel, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude à licitação e desvio de verbas públicas.
A Operação G-7 foi deflagrada publicamente pela PF no dia 10 de maio. Dos 15 presos preventivamente, apenas Tiago Viana Neves Paiva, sobrinho do senador Jorge Viana e do governador Tião Viana, ambos do PT, está solto por ordem do Superior Tribunal de Justiça.
Dos 14 presos, três estão internados no Pronto Socorro de Rio Branco.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) iniciou correição no Tribunal de Justiça do Acre para apurar denúncia de infração disciplinar por parte dos desembargadores do Estado no caso da operação G7.
A medida foi determinada pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministro Joaquim Barbosa. A desembargadora Denise Castelo Bonfim, que analisa o inquérito, comunicou irregularidades.
Juízes auxiliares da Corregedoria do CNJ e servidores do conselho analisam tecnicamente os atos dos magistrados do Estado em relação às investigações da operação G7, sobretudo os procedimentos da Justiça de primeira e segunda instância do Estado no caso.
Na semana passada, a desembargadora enviou ofício ao CNJ e STF em que informou ter sofrido ameaça de morte. Ela também comunicou que o Tribunal de Justiça tentou votar os pedidos de liberdade de 14 dos 22 indiciados pela Polícia Federal no caso, sem competência para isso.
Pedidos de relaxamento de prisão foram levados para sessão do Pleno na semana passada, quando Denise Bonfim advertiu que, dos nove desembargadores presentes, incluindo o presidente do TJ, Roberto Barros, cinco tinham relação de parentesco com os indiciados.
A desembargadora disse que seus colegas estão incorrendo em "usurpação de competência", pois a maioria está impedida ou sob suspeição para votar. Nova sessão para julgar os pedidos de relaxamento está marcada para esta manhã.
Lista dos indiciados
Narciso Mendes de Assis Júnior – empresário
Wolvenar Camargo Fillho – secretário de Obras
Carlos Takashi Sasai – presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac)
João Francisco Salomão – vice-presidente da Fieac
Carlos Afonso Cipriano dos Santos – empresário
Assurbanipal Barbary de Mesquita – empresário e secretário Adjunto da prefeitura de Rio Branco
José Adriano Ribeiro da Silva – empresário
Marcelo Sanches Menezes – assessor da Secretaria de Habitação
Sérgio Yoshio Nakamura – empresário
Vladimir Camara Tomás – empresário
Gildo Cesar Rocha Pinto – diretor do Departamento de Pavimentação e Saneamento do Acre
Aurélio Cruz – ex-secretário de Habitação, atualmente assessor especial do governo do Acre
João Braga Campos Filho – empresário
Sérgio Tsuyoshi Murata – empresário
Thiago Viana Neves Paiva – sobrinho do senador Jorge Viana e do governador Tião Viana
João Oliveira de Albquerque – empresário
Rodrigo Toledo Pontes – empresário
Narciso Mendes de Assis – empresário
Keith Fontenele Gouveia – empresário
Acrinaldo Pereira Pontes – empresário
Neildo Franklin Carlos de Assis – empresário
Orleilson Gonçalves Cameli – empresário
Jorge Wanderlau Tomas – empresário
Ronan Zanforlin Barbosa – empresário
Paulo José Tenello Mendes Ferreira – empresário
Gerival Aires Negre Filho – empresário
Ricardo Alexandre de Deus Domingues
Adriano Sasai – empresário
Fabiano Sasai – empresário
Fonte:
http://terramagazine.terra.com.br/blogdaamazonia/blog/2013/06/05/pf-indicia-29-no-acre-por-fraudes-em-licitacoes-e-desvio-de-verbas/